Recomendo aos irmãos um bom livro "A Lógica do Mundo"
Ler é como subir a uma nova plataforma de observação do mundo. Não vai dizer-te "qual moeda/ação deves comprar amanhã" Mas isso fará você pensar: a cidade em que vivo todos os dias, o trabalho que realizo, as escolhas de consumo, são, na verdade, produtos da disputa entre forças políticas e capitais. "O maior talento do capital é que ele pode criar crises e, em seguida, lucrar com essas crises de novas maneiras." Num tempo de aceitação passiva da narrativa, o próprio pensamento é uma forma de resistência. Isto não é acidental, mas sim um design sistemático. Por trás de cada "aparente acidente" nas oscilações econômicas, esconde-se uma reconfiguração e reapropriação do capital em relação ao espaço, recursos e mão de obra. Bolha imobiliária estourou? Colapso financeiro? Desemprego em massa? ——Estes nunca foram erros do sistema capitalista, mas sim a sua forma de respirar. Esta perspetiva é alarmante. Na narrativa cotidiana, somos constantemente levados a acreditar que "a crise é causada por fatores individuais", mas Harvey nos lembra: a crise é a norma do capital, é inevitável dentro da ordem. A cidade não é um espaço geográfico neutro. Nos olhos de Harvey, a cidade não é apenas um mero aglomerado populacional, mas sim um campo de batalha para a valorização do capital. Ele escreveu: "O espaço urbano é o campo de auto-reprodução do capital, é a trincheira onde a dominação e a resistência se confrontam." Cada arranha-céu que surge do nada, cada estrada que é construída após demolições, cada aumento abrupto nos preços dos terrenos, tudo isso é o capital rearranjando a ordem do espaço. A habitação tornou-se uma moeda de especulação; os recursos públicos estão gradualmente se tornando o território de privilégios de poucos. Assim, começámos a viver gradualmente na cidade "hipotecada". Harvey nos lembra: ver o espaço é ver o poder. A primeira passo para mudar o mundo é entender a sua lógica. Harvey não é um pessimista. Ele não se detém no prazer da crítica, mas continua a questionar: "Se o capital tem o poder de transformar o mundo, por que não podemos?" Reconhecer como o capital está a moldar o mundo significa que também podemos usar uma lógica diferente para reverter essa moldagem. Podemos ainda nos tornar criadores da história, e não vassalos do capital. Vamos em frente!
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Mestre, leva-me contigo 📈
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· 08-04 11:38
Sente-se confortavelmente e segure-se, Até à lua 🛫
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· 08-04 11:38
Firme HODL💎
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· 08-04 11:38
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· 08-04 11:36
Sente-se confortavelmente e segure-se, Até à lua 🛫
Recomendo aos irmãos um bom livro "A Lógica do Mundo"
Ler é como subir a uma nova plataforma de observação do mundo.
Não vai dizer-te "qual moeda/ação deves comprar amanhã"
Mas isso fará você pensar: a cidade em que vivo todos os dias, o trabalho que realizo, as escolhas de consumo, são, na verdade, produtos da disputa entre forças políticas e capitais.
"O maior talento do capital é que ele pode criar crises e, em seguida, lucrar com essas crises de novas maneiras."
Num tempo de aceitação passiva da narrativa, o próprio pensamento é uma forma de resistência.
Isto não é acidental, mas sim um design sistemático.
Por trás de cada "aparente acidente" nas oscilações econômicas, esconde-se uma reconfiguração e reapropriação do capital em relação ao espaço, recursos e mão de obra.
Bolha imobiliária estourou?
Colapso financeiro?
Desemprego em massa?
——Estes nunca foram erros do sistema capitalista, mas sim a sua forma de respirar.
Esta perspetiva é alarmante.
Na narrativa cotidiana, somos constantemente levados a acreditar que "a crise é causada por fatores individuais", mas Harvey nos lembra: a crise é a norma do capital, é inevitável dentro da ordem.
A cidade não é um espaço geográfico neutro.
Nos olhos de Harvey, a cidade não é apenas um mero aglomerado populacional, mas sim um campo de batalha para a valorização do capital. Ele escreveu:
"O espaço urbano é o campo de auto-reprodução do capital, é a trincheira onde a dominação e a resistência se confrontam."
Cada arranha-céu que surge do nada, cada estrada que é construída após demolições, cada aumento abrupto nos preços dos terrenos, tudo isso é o capital rearranjando a ordem do espaço.
A habitação tornou-se uma moeda de especulação; os recursos públicos estão gradualmente se tornando o território de privilégios de poucos.
Assim, começámos a viver gradualmente na cidade "hipotecada".
Harvey nos lembra: ver o espaço é ver o poder.
A primeira passo para mudar o mundo é entender a sua lógica.
Harvey não é um pessimista. Ele não se detém no prazer da crítica, mas continua a questionar:
"Se o capital tem o poder de transformar o mundo, por que não podemos?"
Reconhecer como o capital está a moldar o mundo significa que também podemos usar uma lógica diferente para reverter essa moldagem.
Podemos ainda nos tornar criadores da história, e não vassalos do capital.
Vamos em frente!